Viasat’s approach to global expansion

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Photo taken in Bangkok, Thailand

Kittiphat Abhiratvorakul / EyeEm/Getty Images/EyeEm

Nos próximos anos, espera-se que o serviço de internet da Viasat alcance o mundo todo. Para se preparar para essa expansão, a empresa baseia-se não apenas em seus 15 anos de experiência como provedor de serviços de internet (ISP, na sigla em inglês) no mercado doméstico norte-americano, mas também em informações de negócios mais recentes, de projetos em andamento na Austrália, no México, no Brasil e na Europa.

As ambições globais da Viasat estão focadas no ViaSat-3, uma constelação de três satélites que deve começar a ser lançada em 2021. Todos os satélites atuais e futuros da Viasat atendem a uma variedade de aplicações - de residencial e de aviação até marítima, militar e corporativa -, com potencial para ajudar a diminuir a lacuna digital de diferentes maneiras. Afinal, bilhões de pessoas ainda permanecem desconectadas, muitas em partes do mundo onde os ISPs terrestres não podem ou não querem ir.

A internet via satélite, com a Viasat liderando o setor, está pronta para preencher essas muitas lacunas de cobertura.

A preparação para um negócio internacional envolve muito mais do que construir a rede física - um empreendimento enorme por si só. Requer um entendimento completo da disponibilidade e das lacunas do serviço, assim como da infraestrutura existente; um orçamento detalhado com amplo espaço para contingências; regulamentos de aprendizagem que variam de país para país; planejamento da força de trabalho e de escritórios adequados; entendimento das normas e diferenças culturais; e muito mais.

Junto com essa longa lista, a empresa está ajustando os planos de serviços existentes e ampliando as ofertas de produtos em antecipação ao ViaSat-3.

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ViaSat-3: como apenas três satélites de alta capacidade em órbita geoestacionária podem cobrir a Terra.

O longo jogo

Embora se tornar o primeiro ISP global seja uma meta ambiciosa, a Viasat está alcançando esse objetivo seguindo a mesma fórmula de sustentação que funcionou ao longo de seus 33 anos de história.

“A Viasat é uma empresa de partidas longas, sempre foi”, diz Tom Lookabaugh, vice-presidente de serviços ao consumidor. “Temos uma posição única de mercado para explorar, e essa característica nos dá a oportunidade de fazer coisas que você simplesmente não pode fazer com uma mentalidade de curto prazo”.

Essa abordagem de longo prazo teve um grande impulso em 2009, quando a Viasat adquiriu a WildBlue Communications, um ISP de satélite com sede em Denver, nos EUA. Com a experiência de gerenciar tanto a rede quanto a base de clientes, a empresa lançou o ViaSat-1 em 2011 - o satélite de comunicação de maior capacidade do mundo quando foi lançado. Em 2017, foi a vez de lançar o ViaSat-2, quase dobrando a capacidade de seu antecessor.

O próximo grande passo desse plano a longo prazo é o ViaSat-3, que deve permitir conectividade na maior parte do mundo. O primeiro dos três satélites de banda Ka cobrirá as Américas. O segundo será focado na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), enquanto o terceiro cobrirá a região da Ásia-Pacífico.

“Construímos uma instituição no modelo dos EUA, mas a escada continua subindo; agora estamos mostrando isso ao mundo”, diz Kevin Harkenrider, vice-presidente de serviços de banda larga. “Temos desafios animadores pela frente; estamos em um bom momento.”

A base já está sendo construída. As cargas dos dois primeiros satélites estão em construção no campus de Viasat, em Tempe, no estado do Arizona (EUA), com o terceiro não muito atrás. Enquanto isso, as equipes estão ocupadas planejando as conexões de fibra, os sistemas terrestres e outras infraestruturas necessárias para se conectar aos satélites no espaço.

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Técnicos da Viasat alinham uma antena para satélite no telhado de uma escola em Pac Chen, no México, em 2018. A Viasat atua no país com o Wi-Fi Comunitário e outros serviços de internet.

Não somos novatos no mercado global

A Viasat já está ativa fora dos EUA e criou um mix de produtos e acordos comerciais para atender a uma variedade de circunstâncias.

Por meio de parcerias com outras empresas ou instituições governamentais, a Viasat recebeu acesso ou a capacidade de locar espaço em satélites de parceiros, permitindo que a empresa atenda clientes no México, no Brasil, na Austrália e em toda a Europa. Na Austrália, por exemplo, a Viasat gerencia a rede terrestre da rede nacional de banda larga do país e mantém um relacionamento com a nbn (sigla para rede nacional de banda larga) para oferecer serviços de conectividade a bordo.

O Wi-Fi Comunitário da Viasat - que usa um ponto de acesso Wi-Fi centralizado para conectar-se a um satélite e fornecer serviço de internet - permite que pessoas sem opções ou com opções limitadas conectem-se à internet por um valor baixo. O serviço já está disponível para mais de 1,5 milhão de pessoas no México e, aqui no Brasil, foi lançado recentemente com um programa de teste no bairro Pouso Alto, em Natividade da Serra (SP).

Todas essas aplicações e muito mais serão usadas para levar internet ao redor do mundo.

A experiência adquirida até o momento no México e no Brasil é inestimável no planejamento da implantação em vários países que serão cobertos pelo ViaSat-3.

Lisa Scalpone, vice-presidente de internet da Viasat para América Latina, afirmou: “Cada país é único e precisamos entender e celebrar essas diferenças - desde o funcionamento de seus sistemas legais e governamentais e nuances culturais e questões regulatórias e tributárias. Tudo isso é muito diferente dos EUA e pode afetar o crescimento de nossos relacionamentos e negócios globalmente.”

“Não existe uma abordagem única para aumentar a presença em um país e servir melhor as pessoas que vivem e trabalham lá. Não podemos tratar de ir para o Brasil da mesma maneira que iríamos para o Uruguai”, exemplifica Scalpone. “Muito do nosso aprendizado será experimental. Aprenderemos por meio de parcerias locais, contratando equipes locais e prestando o serviço para atender à demanda local. Nosso objetivo é sempre construir confiança e mostrar que nós e nossa tecnologia somos bons para a região, para o país e para as pessoas.”

Com base nos comentários do Scalpone, Lookabaugh acrescentou: “Como estamos buscando mais e diferentes formas de negócios internacionais, estamos aprendendo. Parte da experiência de aprendizado é entender quão diferentes cada um desses locais podem ser, e muito disso tem a ver com a maneira como os negócios são realizados. Vai variar muito de país para país - e estamos ansiosos por esse desafio.”

O tamanho dos negócios que a Viasat realizará em cada país dependerá de vários fatores.

“Estamos sendo extremamente racionais em nossa abordagem para entrar em qualquer novo mercado, construindo parcerias locais, entendendo as considerações regulatórias e, o mais importante, entendendo as necessidades do usuário final”, diz Lookabaugh. “Em alguns casos, pode não fazer sentido comercial entrar em um país, mas, novamente, isso será determinado de acordo com o país.”

Viasat na Europa

O segundo satélite ViaSat-3 deve cobrir a região da Europa, do Oriente Médio e da África. A Viasat já estabeleceu presença na Europa, com serviços residenciais e de aviação já oferecidos em diferentes países.

“Já estamos em vários mercados importantes para o ViaSat-3", diz Jason Robbins, diretor de operações da Viasat na Europa. “Estamos construindo a marca Viasat, obtendo experiência no mercado, configurando infraestrutura de varejo, construindo sistemas de atendimento e estabelecendo call centers. Portanto, quando o serviço ViaSat-3 for lançado, poderemos dar o pontapé inicial.”

“Também estamos descobrindo onde estão as pessoas que desejam internet via satélite e que precisam de uma opção melhor nesses países”, afirma. “Um dos nossos principais objetivos é entender onde estão nossos clientes.”

Embora a Viasat ofereça planos na Europa semelhantes aos dos EUA, não há muitas outras semelhanças no mercado europeu.

“Cada país vem com restrições regulatórias diferentes, bem como regras diferentes sobre como você pode oferecer e anunciar serviços”, diz Robbins. “Portanto, estar aqui a aprender sobre esses mercados agora - antes do lançamento do ViaSat-3 - é realmente crítico para entender todas as coisas diferentes que envolvem o lançamento de um serviço internacional”.

Conhecer o que as pessoas esperam, disse ele, é fundamental para atender às suas necessidades.

“A maneira como um consumidor contrata internet na Espanha é muito diferente da maneira como um consumidor o faz na Noruega se considerarmos, por exemplo, como eles pagam ou como esperam que o atendimento ao cliente se relacione com eles”, diz Robbins. “Também estamos buscando entender o cenário do provedor de serviços de internet e as preferências gerais do consumidor em relação a várias dimensões”.

Além de aprender sobre as necessidades dos clientes, os funcionários da Viasat que já trabalham na Europa garantem que a rede de fibra, as estações terrestres e outras infraestruturas estejam instaladas e prontas quando o serviço ViaSat-3 estiver disponível.

Robbins, que se mudou da Califórnia para o escritório de Viasat em Lausanne, na Suíça, para se preparar para o ViaSat-3, aprecia o processo complexo.

“Do ponto de vista da aprendizagem, os maiores desafios foram realmente relacionados a fatores desconhecidos que são únicos para cada país”, diz. “Esses mercados são realmente diversos e você não entende o quanto até estar trabalhando aqui. Conseguimos aprender muito trabalhando com instaladores e agências de marketing em todos os países onde estamos presentes. Desenvolvemos ótimas parcerias e isso nos ajuda a ver e a fazer as coisas de maneira diferente”.

Oportunidades à vista na região Ásia-Pacífico

O terceiro satélite ViaSat-3 cobrirá a maior faixa de terra e população do mundo, o que o tornará o lançamento mais complexo da Viasat até o momento. Mais da metade da população global - 4,1 bilhões de pessoas em 48 países - está na Ásia. E muitos desses países já possuem satélites de propriedade ou controlados pelo governo. Nos casos em que a cobertura é permitida, o Viasat precisará adquirir direitos de pouso - permissão para operar o satélite - e estabelecer uma infraestrutura terrestre.

Com sede em Melbourne, na Austrália, o escritório da Viasat na região Ásia-Pacífico aumentou de 15 para 45 funcionários nos últimos meses para se preparar para o trabalho a fazer.

“A nosso ver, o lançamento do ViaSat-3 APAC não está tão longe”, diz nosso vice-presidente para Ásia-Pacífico, Peter Girvan. “A Viasat está se preparando para a estrutura de solo do ViaSat-3", acrescenta.

Até agora, os negócios da Viasat na Austrália estão ajudando Girvan a abrir novas portas. A Viasat já fornece Wi-Fi de bordo para a Qantas Airways, companhia aérea australiana, além da infraestrutura terrestre para a nbn.

“Nosso relacionamento atual no país, juntamente com o anúncio de que fizemos um pedido à Boeing para o terceiro satélite ViaSat-3, ressalta nosso interesse e compromisso em aumentar a presença no mercado Ásia-Pacífico”.

“Para nós, vemos uma oportunidade em nossa capacidade de reduzir o custo da largura de banda para todos os tipos de ofertas de serviços de banda larga”.

Recentemente, a Viasat anunciou um acordo com a China Satcom para prestar serviços a aeronaves sobrevoando a China. Embora o acordo concentre-se inicialmente na capacidade dos satélites chineses, espera-se que o ViaSat-3 Ásia-Pacífico faça parte do panorama geral após o lançamento.

Encontrar os mercados certos para a internet via satélite

As estimativas mostram que quase metade do mundo permanece desconectada. E, ao superar obstáculos regulatórios de cada país, a Viasat pode se tornar uma boa opção para muitas das pessoas que vivem nessas áreas. Em diversas partes do mundo, os provedores de telefonia fixa e móvel terrestre simplesmente não oferecem serviço - principalmente em áreas remotas - porque o alto preço para chegar a esses locais é proibitivo em termos de custo.

Baseado nas opções de internet disponíveis, Lookabaugh acredita que o público internacional de clientes da Viasat variará de país para país, e mesmo de acordo com diferentes regiões, em alguns casos.

“Muitas pessoas em várias áreas geográficas estão mal atendidas ou desconectadas. Acreditamos que temos uma estratégia diferenciada bastante interessante com nossos satélites geoestacionários e nossa abordagem de integração vertical. Consideramos que a vantagem econômica de nossos satélites nos permitirá tornar a internet acessível, disponível e com bom preço - todos os atributos críticos que estamos trabalhando para tornar globais”.

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Kittiphat Abhiratvorakul / EyeEm/Getty Images/EyeEm

Elena Slavoski